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Quando o assunto é criança pequena, todo cuidado é pouco, ainda mais quando se está lutando contra substâncias ocultas. Segundo estudo publicado na revista científica The Lancet Neurology, existe algumas neurotoxinas que podem estar presentes em roupas, móveis e brinquedos que afetam os cérebros das crianças e podem causar problemas como autismo, dislexia e até paralisia cerebral.
De acordo com o levantamento, a lista de ameaças duplicou nos últimos sete anos, passando de seis para doze. Tais produtos químicos são tóxicos e “silenciosamente corroem a inteligência, perturbam o comportamento, e minam as conquistas futuras das crianças, principalmente nos países mais pobres, que têm pouca regulamentação a respeito dessas substâncias”, afirmaram os autores do texto, Philippe Grandjean e Philip J Landrigan.
Quer saber onde essas substâncias podem ser encontradas? Listamos abaixo alguns químicos e seus efeitos.
Arsênico: pode causar déficits cognitivos durante a primeira infância e problemas neurológicos na idade adulta. O arsênico é utilizado em fundição de metais e para conservar madeira e as crianças podem ser expostas durante o pré e pós-natal, por meio de água contaminada.
Bifenilos policlorados: podem ser encontrados em peixes, carnes e produtos lácteos contaminados, e são repassados ao bebê por meio da amamentação. Também podem ser encontradas em aparelhos elétricos velhos e podem afetar a função cognitiva dos pequenos.
Bisfenol A: é utilizado na fabricação de policarbonato, plásticos rígidos e transparentes e resina epóxi. No Brasil, a venda de mamadeiras com essa substância foi proibida, em 2011, mas a exposição a esse composto pode causar obesidade, puberdade precoce, problemas reprodutivos, cânceres e doenças cardíacas.
Chumbo: a contaminação pode ocorrer pela ingestão de alimentos ou água que contenham presença da substância ou pela inalação de partículas da substância. A exposição a esse químico pode estar associado ao mau desempenho escolar.
Clorpirifós e DDT: são pesticidas que causam problemas no desenvolvimento neurológico - foi, inclusive, associado ao Alzheimer. Esses inseticidas ainda são utilizados em países de baixa renda, mas foram proibidos no Brasil pela Anvisa.
Éteres de difenila polibromados: podem causar déficits no desenvolvimento cerebral da criança se expostas durante o pré-natal a essas substâncias. São utilizados como retardadores de chama em roupas, móveis e tapetes.
Fluoreto: também conhecido como flúor, ele é utilizado com o intuito de prevenir cáries, essa substância pode ser encontrada em pastas de dente e antissépticos bucais. Desde os anos 60 essa substância é acrescentada na água com o mesmo intuito de garantir a saúde bucal - mas alguns estudos mostram que quando as crianças são expostas à quantidades elevadas do composto na água potável, pode haver uma diminuição de QI.
Ftalatos: utilizados para dar maleabilidade aos plásticos, podendo ser encontrados na cortina do box do banheiro, em plástico de portas e na cobertura do chassi do carro, entre outros locais, essa substância pode causar alterações hormonais, defeitos no sistema reprodutor masculino, alterações na tireoide, obesidade e diabetes.
Manganês: sua exposição, mesmo que pequena, por tempo prolongado pode causar diminuição da função intelectual e olfativa, deficiências motoras, anorexia, apatia, insônia, alucinações e, em alguns casos, chegou até a ser associado ao Parkinson. É utilizado principalmente na produção de ligas metálicas e também na produção de pilhas.
Metilmercúrio: afeta o desenvolvimento neurológico do feto, quando a mãe ingere peixes contaminados. Pode afetar a zona de estimulação sensorial e motora do cérebro da criança.
Tetracloroetileno ou percloroetileno: usados em desengraxantes de peças metálicas, na indústria têxtil, em produtos de limpeza, lavagem a seco e borracha laminada. Podem causar problemas psiquiátricos.
Tolueno ou metil benzeno: também conhecido como "cola de sapateiro", esse tóxico pode causar problemas no desenvolvimento cerebral e déficit de atenção. Ele pode ser encontrado em solventes, borrachas, resinas e pinturas.
Por Tissiane Vicentin
http://vilamulher.com.br/familia/filhos/toxinas-que-envenenam-o-cerebro-das-criancas-m0115-697879.html
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