segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Mães que trabalham fora são mais felizes

29/12/2011 | 09:00 | NATÁLIA SPINACÉFAMÍLIATRABALHO | 

É o que diz um estudo do ScienceDaily. Um grupo de pesquisadores entrevistou 1,364 mães durante um período de 10 anos, e concluiu que as que trabalham fora são mais felizes e mais saudáveis do que as que ficam em casa. Diz a pesquisa que o trabalho auxilia a mulher na construção da sua identidade, na sua realização pessoal, e que proporciona uma série de experiências que a maternidade não traz.
Ainda não sou mãe, mas acho que essa pesquisa faz certo sentido. Imagino que cuidar de uma criança e de uma casa em tempo integral não deva ser uma tarefa fácil. Aliás, dependendo da profissão, a maternidade pode ser bem mais estressante do que aguentar um chefe ou uma rotina de trabalho. Às vezes tenho a impressão de que, além de financeiramente necessário, trabalhar se tornou uma saída para evitar, nem que seja por meio período, as agruras da maternidade 24h por dia.
Não vejo problema nenhum em ter filhos e seguir com a própria vida e carreira, acho mais do que justo e saudável (e é o que pretendo fazer num futuro distante quando tiver filhos). Mas uma coisa tem me chamado a atenção. Hoje, quando uma mulher resolve abandonar a carreira para cuidar dos filhos, logo é julgada com comentários maldosos e olhares de superioridade do tipo “Ah, mas você só cuida da casa?”. Como se a dedicação integral aos filhos não merecesse valor e respeito.
Trabalhar, ser mãe, andar bem vestida e ser magra são regras, e parece que quem não se encaixa nelas é automaticamente uma pessoa estranha e fracassada. Quanta bobagem. A pesquisa diz que mães que trabalham fora são mais felizes, e talvez essa seja mesmo a verdade para a maioria das mulheres. A maioria, mas não todas elas.
Não vejo problema nenhum em quem escolhe pra vida se dedicar aos filhos. Não acho que essas mulheres mereçam os olhares de “Você é uma fracassada” que invariavelmente recebem. É apenas uma escolha, como tantas outras, onde o “certo” e o “errado” são relativos.
Natália Spinacé é repórter de ÉPOCA em São Paulo.
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