quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

O desafio da mulher no mercado de trabalho

Rita Palladino/ Press & Mídias
A luta das mulheres por isonomia profissional vem de longa data. Salários equiparados, oportunidades iguais às dos homens, mas, acima de tudo, respeito no ambiente profissional. E, embora muitas mulheres já ocupem cargos de liderança, a resistência no mercado de trabalho ainda existe. Basta ver os números para saber que as mulheres ainda estão muito longe (pelo menos no Brasil), do ideal igualitário: há cerca de 8 milhões de empresas no Brasil, mas apenas 13% dessas companhias têm mulheres em cargos de direção (IBGE 2011).
De acordo com estudo realizado pela Grant Thornton Brasil, mais de 55% das brasileiras possuem qualificações para ocupar altos cargos executivos, mas ainda enfrentam resistência para conquistar boas vagas por conta do desejo em formar uma família.
Para José Vargas, consultor em gestão empresarial, “muitos empresários ainda acreditam que o gasto com auxílio maternidade é totalmente desnecessário e, para ele, a concessão do benefício faz com que as mulheres não tenham a mesma chance de promoção que os homens”.
De acordo com a pesquisa realizada em diversos países pela Grant Thornton International, já há lugares nos quais as mulheres têm rompido a barreira do preconceito e conseguem se igualar aos homens em cargos de liderança. Ao todo, as mulheres brasileiras respondem por 41% da força de trabalho, sendo que 24% delas conseguem ocupar cargos de liderança dentro das empresas. Entretanto, em relação ao salário, as mulheres ainda ganham em média 22% menos que homens na mesma função.
Outro preconceito a ser quebrado pelas profissionais é em relação à beleza. De acordo com pesquisa apresentada na conferência anual da Royal Economic Society, em Londres, dos cinco mil currículos selecionados para uma vaga, uma mulher bonita pode ter 30% menos chance de ser contratada. A afirmação é baseada no fato de que 96% dos profissionais que comandam os processos seletivos são mulheres solteiras com idade entre 20 e 30 anos e que, neste caso, o preconceito muitas vezes vem das próprias mulheres, que vetam as candidatas femininas por serem bonitas.
“Neste caso a inveja feminina dificulta a entrada de outras mulheres no mercado de trabalho. Ou seja, além de competir com o homem, a mulher enfrenta a si mesma na luta por igualdade”, ressalta o consultor.
De acordo com José Vargas, uma das soluções que têm sido utilizadas pelas mulheres é para o empreendedorismo. De acordo com o estudo do SEBRAE, 49,3% dos empreendedores brasileiros são do sexo feminino. “Mas a mulher ainda tem sobre si o peso de enfrentar o dilema de conciliar o trabalho sem deixar a vida pessoal de lado, como o que acontece com muitas mulheres na faixa dos 30 anos que abandonam seus empregos para serem mães e depois voltam a trabalhar apenas no mercado informal ou, ainda, não retomam sua carreira”.
De acordo com o consultor isso faz com que todo o estudo e conhecimento adquirido por elas se perca ao longo dos anos, dificultando ainda mais que consigam importantes colocações dentro das empresas. “Como se não bastasse o preconceito, que ainda existe sim, as mulheres têm de lutar contra as travas colocadas por elas mesmas para alcançar seus objetivos”, conclui José.
 

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