Por Clara Zaiantchik
Muito se falava, alguns anos atrás, que a chegada do século XXI traria diversos desafios para a criação de nossos filhos. A globalização, as mudanças ambientais e toda uma ruptura de valores e crenças precisariam ser enfrentadas de modo a superar os obstáculos do mundo moderno.
Observamos as mudanças acontecendo de maneira muito próxima e rápida, nem sempre sobrando tempo ou uma fresta qualquer para nos adaptarmos, passo a passo, a esse novo panorama.
Educar um jovem da geração Y não é realmente a mais fácil das tarefas, como de fato havíamos sido alertados.
Vejo por mim e pelas minhas amigas, que também têm filhos dessa idade, o quanto criá-los gera uma grande insegurança, já que surgem muitas dúvidas se estamos mesmo acertando. Com suas “escapadelas” e respostas curtas às nossas perguntas, também não temos aprovação da parte deles se nossa linha de raciocínio está adequada. Temos um constante medo de não agradar, de estarmos “antiquados” demais, “velhos” demais, quando na verdade tudo o que tentamos é fortalecer os laços com aqueles que nos são tão amados.
A partir da consciência disso, nossa tarefa é perpassar essa linha tênue entre a nossa temida ignorância e o olhar atento a esses jovens, para que saibam valorizar o que podemos oferecer a eles, menosprezando um pouco menos a nossa capacidade de caminhar ao seu lado. Nem à frente, nem atrás, mas ao lado.
A partir da consciência disso, nossa tarefa é perpassar essa linha tênue entre a nossa temida ignorância e o olhar atento a esses jovens, para que saibam valorizar o que podemos oferecer a eles, menosprezando um pouco menos a nossa capacidade de caminhar ao seu lado. Nem à frente, nem atrás, mas ao lado.
Apesar de tudo isso, observando meus filhos sentados em volta da mesa no último dia das mães, vejo que tudo depende muito de nossa capacidade de superação.
Com o avanço da tecnologia e as exigências do cotidiano, os dias passam mais depressa e assistimos à extinção de momentos preciosos em família. Para educar os filhos e ensiná-los a se dedicarem a profissão, a darem importância para o convívio em grupo e a valorizarem o espaço em que vivem, as barreiras a serem ultrapassadas ainda se fazem bastante difíceis.
É claro que não existem filhos perfeitos, nem eu poderia me iludir achando que adotei infalíveis práticas de educação, mas avaliando o resultado, em cada pequeno momento, sinto uma leve ponta de orgulho.
A alegria e a demonstração de afeto presentes no ambiente só me trouxeram mais certeza de que pude estabelecer com eles algo verdadeiro e muito particular, principalmente quando obtive a serenidade necessária para deixá-los voar.
Não posso negar que esse, sim, se constituiu e permanece como um grande desafio. Deparo-me, por exemplo, vendo-os escorregando entre meus dedos, mas o que me conforta é poder ter a segurança plena de que eles sempre vão voltar.
Há uma música hebraica, cujo título traduzido para o português significa “Voe, meu filhote”, cujo refrão diz:
“Voe, meu filhote
Voe até onde puder
Apenas não se esqueça
De que há gaivotas no céu”
Voe até onde puder
Apenas não se esqueça
De que há gaivotas no céu”
Portanto, penso que devemos permitir que nossos filhos cortem o céu usando o máximo potencial de suas asas, mas fazendo-os sempre aprender a lidar com as gaivotas que encontrarão pelo caminho. Dessa forma, mesmo com os desafios da vida moderna, podemos sim nos adequar e continuar sendo referência para essageração de tantas e tão complexas aspirações.
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